Mr.Catra, a primeira vez a gente não esquece

” – vai ter show do Catra…Vamos?
– claro, animada, respondo.
– Espera que vou descobrir os detalhes
Ela pega o telefone e começa a conversar com o amigo que iria ao show para saber dos detalhes

– quando? Hoje!
(confirmo para a amiga que continuo interessada no rolê)
– Onde? Onde! No ….. é uma casa de suingue, tá ligada? ”

Começo a rir. O que faria mais sentido que um show do Mr. Catra numa casa de suingue (swing) em SP?

Há muito ouço falar de Mr. Catra, funkeiro, mulherengo, cheio de filhos, de admiradores, bom de verso, presença de palco. O artista. Se você não conhece a história, dá para ler aqui, num perfil publicado pela Soma.

Mas nunca tinha ido num show e morria de vontade… 

” O Senhor é meu pastor e nada me faltará/ o senhor é meu pastor e nada me faltará/ o senhor é meu pastor e nada me faltará. Amém”

Ele entra no palco cantando isso em cima de uma batida grave e seca, tamborzão puro. E na seqüência engata:

“Vai começar a putaria!”

Noite tão divertida.

Catra é um grande MC: além de levar o público com os hits, improvisa nas rimas e domina o palco.

Para quem está na pista é fácil se deixar embalar pelas músicas. A presença das meninas só deixa mais tranqüilo o processo de “chão, chão, chão”, aquela vontade corriqueira de dançar e rebolar com a batida marcada. Coisa boa, dançar dando risada.

Das constatações, além do gênio que estava ali no palco, o Funk abalroou o Rap na preferência popular paulistana faz tempo. As letras não são diferentes do que os caras do Gangsta Rap versavam no começo do gênero, na década de 80/90 (quem lembra de 2 Live Crew com “So Horny?”). E que Primo Preto continua na ativa das boas festas populares que agitam a noite de SP. Aliás, para quem freqüentou o Class digo, feels like 90’s com som de 2012.

 Ainda dá pra se divertir, e muito, na cidade.

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