Busta envelheceu bem

Você talvez tenha ouvido sobre o show do Busta Rhymes em São Paulo por conta do teto do local ter caído e machucado uma pessoa, quanto alguém pisou no forro. Pausa reflexiva: que raios alguém fazia no forro?   Busta e Spliff Star começaram a versar “Oh Shit there’s a guy on the roof” alertando a platéia sobre o que acontecia. Eu, confesso, tava tão animada com o show que achei que era performance.

Busta é um dos maiores versadores americanos, nasceu em NY e ficou conhecido pela velocidade absurda em que rima.

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Quando soube do Converse Rubber Tracks, não acreditei que poderia assistir ao cara que cantava enquanto eu crescia. Mas isso dá um frio na espinha de qualquer fã, recentemente ouvi uma faixa dele com Eminem, mas como Mr. Rhymes estaria? Seria um show de um morto que esqueceram de enterrar? Bom, tinha Chet Faker de show de abertura versão Deluxe, então sabia que ruim a noite não ia ser. Foi melhor do que eu esperava, mesmo com a história deprê do teto caído.

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Agora em formato de feijão, e comento porque tinha todo um porte malhado, Busta continua o mesmo cara. Aos 42 é acima de tudo o mesmo fanfarrão, capaz de versar sobre o cara pendurado no teto e trolar a platéia. Em determinado momento ele pergunta o que fazer para as mulheres dançarem, emendando um trecho do Seven Nation Army remix de FM. Será que ele tinha deixado de ser MC pra ser animador de show de navio? Aí ele interrompe o DJ, olha pra platéia e diz, “pára, vocês sabem como Busta faz uma mulher se mexer”, e emenda “I know what You Want”. Ponto.

Com seus mais de vinte anos de carreira, tocou sucessos “Woo Hah!”, “Put Your Hands Where My Eyes Can See” e músicas novas, como Calm Down 2.0, em parceria com Eminem. Continua fiel ao hip hop que o levou ao estrelato, tira a camisa, bebe champagne, diz que a festa não vai acabar. Ele, um dos caras que espalhou o “boucing” e “barking” no rap, que não teve pudor em fazer música com Mariah Carey ou Linkin Park, mostrou na voz que a precisão da lírica não se afetou com o tempo. Senti falta de Dangerous, It’s a Party, Gimme Some More, mas pra um show de pouco mais de uma hora, foi ótimo.

Aquele homem imenso no palco, cantando, feliz com o público pra ele, deixou em mim a sensação que o tempo passa pra todo mundo, mas pra alguns ele corre de maneira mais tranquila. Naquele momento, tempo passado não era conceito.

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